14.11.06

Qual a Questão?

Qual a questão?
Eu concordo plenamente com o texto. Seria o ideal do ideal. Mas como colocar isso em prática? O texto, nas suas entrelinhas, culpa o professor. Mas é somente ele que é culpado? Como trabalhar a interdisciplinaridade em uma sala de aula se o professor precisa dar conta do conteúdo? Essas mudanças precisam vir de cima. O professor precisa fazer a sua parte, mas precisa também ser incentivado para isso. O professor neste caso seria o aluno, aluno esse que iria buscar e estudar novas formas de conduzir a sua aula.
Veja bem, não sou contra o modelo Piaget, ao contrário acho ele muito interessante, porque realmente nossos alunos não estão mais preocupados em pensar. Eles estão desmotivados. O que é próprio da adolescência (cansaço, desânimo... isso tem explicação biológica). O problema é que nosso adolescente tem fora da escola muito mais motivação (Internet, TV, DVD, jogos eletrônicos). Como então conciliar isso? Utilização da sala informatizada seria uma solução. É impressionante como os olhos dos alunos brilham quando falamos que vamos ter uma aula na sala informatizada. Utilização da TV e do DVD na sala, passando filmes e documentários. Trabalhar com produções dos próprios alunos (filmagens, fotografias). Esses são novos tempos e nossos alunos nasceram sob o signo da tecnologia, e a escola não está acompanhando isso. Tudo que trata de tecnologia desperta o interesse dos alunos. A escola precisa se atualizar, e seu professor também. As tecnologias estão aí, e nós temos que dar conta delas.

Perguntas inteligentes, o que é isso?

Perguntas inteligentes? O que é isso

O nosso sistema de ensino sempre foi com o professor sabe tudo e o aluno ouvinte. O professor se posta a frente dos alunos e descarrega a disciplina, faz a prova e determina uma nota, baseada nessa prova. E o acúmulo das notas somadas e divididas, vai determinar se o aluno está apto para progredir de ano. Sempre foi assim. Como mudar isso para um método Piaget? Como fazer com que nossos alunos se tornem questionadores e busquem as informações que precisam ou que tenham curiosidade? É complicado. Nosso sistema nos acostumou assim, e nossos alunos, com raras exceções querem que seja assim. Estive falando essa semana com uma professora de física que me contou que tempos atrás ela fazia feira de física, com experimentos e invenções feitas pelos alunos com material reciclável, e era impressionante como eles eram criativos. Me contou ela que tentou fazer isso esse ano novamente, mas os alunos estavam totalmente apáticos e sem interesse, e que não se interessaram. A pergunta que fica agora é? A culpa é do professor?
Em primeiro lugar se queremos adotar o método Piaget de ensino, é necessário uma reformulação da grade, (o que colocamos no texto para que? Por que?). O aluno precisa se interessar pelo assunto. Se me dessem essa oportunidade quando estava na 5ª serie do ensino fundamental, talvez hoje seria um astrônomo. Neste contexto voltamos novamente ao texto da grade curricular. O aluno precisa gostar do conteúdo, daquilo que estamos propondo. É comum vermos isso na sala. O aluno vai bem nas disciplinas que sente afinidade, e normalmente vai mal naquilo que não lhe interessa.Essa transição é complicada, demanda tempo, paciência, persistência e principalmente fazer os alunos entenderem o que se pretende com isso. Nossos alunos hoje, digo novamente exceção a regra, não estão muito dispostos a estudar. Talvez seja um reflexo desse sistema, onde ele fica sentado a aula toda ouvindo o professor (o que também não é totalmente a verdade, porque não existe professor hoje que não abra discussão), mas se déssemos a oportunidade dele escolher e ir atrás daquilo que realmente interessa a ele, as coisas melhorariam. Mas também não podemos dar essas liberdade total, porque precisamos de disciplinas para a vida (português, matemática etc) porque ela nos cobra i

Para que? Por que?

Para que? Porque?

O problema de grade curricular sempre existiu e não é uma coisa fácil de se resolver. O ideal seria o aluno fazer somente aquilo pelo qual ele tem afinidade. Mas será que nosso aluno tem discernimento suficiente para escolherem o que querem? Eu me lembro muito bem quando entrei na 5ª serie do ensino fundamental, quando pela primeira vez me deparei com assunto “astronomia”. O sol, planetas, lua etc... eu fiquei simplesmente fascinado com aquilo, estudar era prazeroso e eu me saia muito bem nos exames. Daquela época em diante decidi que seria astrônomo. Depois isso passou. Passou talvez porque, aquele assunto não teve continuidade para mim, eu precisei ver outras disciplinas que não me chamava muita a atenção e que até hoje possuo uma resistência muito grande (física e matemática). Então nós nos perguntamos, está correto este sistema, onde as disciplinas nos são impostas pelo sistema? É correto um grupo de pessoas decidirem o que é melhor ou não? É correto a escola se preocupar somente em preparar o aluno para o vestibular? É correto todas as disciplinas ministradas terem como objetivo preparar o aluno para o vestibular? E as vontades próprias do aluno? Tenho outra experiência de aconteceu comigo na 8ª serie do ensino fundamental. Minha professora de ciências me deixava ir junto com ela ao laboratório e ficar lá o dia inteiro, mexendo, olhando no microscópio, olhando as coleções, explicando. Era o máximo. Foi aí que descobri minha vocação, e hoje sou formado em biologia. Então, meus exemplos de vida mostram que a astronomia apareceu na minha vida pela grade curricular, mas não teve seguimento. Já a biologia apareceu extraclasse, em atividades que não tinham a ver como a sala e com a grade, e foi isso que segui.
Mas precisamos falar de outra coisa aqui. Muito se fala que o professor precisa ser criativo na suas aulas, fazê-la diferente, inovadora. Mas isso é muito complicado em um colégio. Você ser inovador e diferente desperta o ciúme e a inveja, já tive exemplo assim também. Não é fácil. Nossa classe não é muito unida e qualquer coisa diferente que se tente fazer, algumas vezes não se consegue apoio.Então o que fazer? Como solucionar essa equação? Confesso que não tenho as respostas para isso. Eu enquanto professor procuro fazer coisas diferentes e inovadoras, como uma vez em que levei meus alunos para Curitiba em uma excursão (claro que despertou inveja, e olha que eu era ACT), mas nós precisamos seguir a grade. Os conteúdos precisam ser ministrados, as notas precisam ser mostradas, o boletim precisa ser emitido.