4.9.10

Aquecimento Global

AQUECIMENTO GLOBAL
Gilberto Nicolai. Biólogo Msc Engenharia Ambiental
A controvérsia é grande. Aquecimento global é uma realidade, é um ciclo natural ou é uma grande conspiração dos governos e grandes corporações.
Pois bem, vamos começar pela última: conspiração. A pergunta que se faz para responder a essa questão é: qual seria o interesse das grandes corporações em divulgar ou inventar um suposto aquecimento global. Deveria ser ao contrário. O que ganharia uma coca-cola, ou grandes empresas petrolíferas em divulgar o aquecimento global, já que todos sabem que um dos vilões do aquecimento é justamente o petróleo. Se existe uma conspiração deveria ser das ONGs que recebem dinheiro através de doações voluntárias ou através de governos, mas isso é improvável. Resumo: não acredito em conspiração.
A segunda: O aquecimento é um ciclo natural. Até pode ser, mesmo porque a terra já passou por isso outras vezes. Já houve na história da terra aquecimentos e resfriamentos. No entanto a diferença que existe hoje, é que esse aquecimento está acontecendo por causas artificiais, ou seja, provocado pelo homem e de maneira muito rápida. Em todos os outros, o homem ainda não havia aparecido no planeta.
Os estudos sobre o aquecimento global não são recentes. Dr. Svend Frederiksen, um groenlandês do Instituto Ártico de Washington, disse que ” é mais do que tempo de o mundo tomar conhecimento das suas alterações climáticas. Durante 50 anos ou mais, o clima no Ártico tem esquentado, tornando a agricultura possível onde ela não era praticada nos tempos modernos.” Este texto é um excerto da revista “Time”, publicado em Seleções do Reader’s Digest, de Fevereiro de 1955.
Em 1979 cientistas da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, colocaram três questões referentes a aquecimento global: 1 Grau de responsabilidade da ação humana; 2 Se os efeitos na mudança do clima no planeta são eminentes e 3 o que pode ser feito para impedir que o problema se agrave?
No entanto as questões climáticas de certa forma as questões ambientais, entraram na pauta das discussões mundiais somente a partir de 1992 quando foi realizado no Brasil a ECO92. Nessa mega conferência foram apontados os principais problemas e paralelamente foi construída a agenda 21 que posteriormente foi ratificada na RIO+10 na África. Essa agenda foi assinada por todas as nações do mundo. A Agenda 21 é um protocolo de intenções com 40 capítulos, onde estão enumerados os principais problemas e as sugestões para se conseguir um desenvolvimento sustentável.
Posteriormente foi criado o IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas) formado pelos maiores cientistas do planeta para estudar as mudanças climáticas, apontar culpados e propor sugestões. E já existe um consenso: O homem é o responsável pela atual situação e a causa é o excessivo lançamento de dióxido de carbono na atmosfera o que está causando o efeito estufa. Dióxido de carbono este, proveniente da queima dos combustíveis fósseis. Isso aliado ao desmatamento já acarretaram ao planeta um aumento médio de 0,6 graus na temperatura, o que resultou na diminuição das calotas polares em aproximadamente 20%.
Em 2007 o IPCC divulgou um boletim onde constam as certezas até o momento:
- A concentração atmosférica global de dióxido de carbono aumentou de cerca de 280 ppm para 379 ppm em 2005.
- A principal fonte de aumento da concentração atmosférica de dióxido de carbono, se deve ao uso de combustíveis fósseis, mudança do uso da terra.
- A concentração global de metano aumentou de 715 ppb para 1732 no início década de 90 e para 1774 até 2005.
- Onze dos últimos doze anos (1995 a 2006) estão entre os anos mais quentes desde 1850.
- O teor médio de vapor d’água na atmosfera aumentou desde pelo menos a década de 80 sobre a terra e oceano.
- Temperatura média do oceano aumentou em profundidades de até pelo menos 3000 metros.
- As geleiras de montanhas e a cobertura de neve diminuíram, em média, nos dois hemisférios.
- A média global do nível do mar subiu a uma taxa média de 1.8 mm por ano no período de 1961 a 2003.
- As temperaturas árticas médias aumentaram a quase o dobro da taxa global média dos últimos 100 anos.
- Em geral, as temperaturas no topo do permafrost aumentaram desde a década de 80 no ártico em até 3º C.
- Foram observados aumento de precipitações na américa do norte e sul no período de 1900 a 2005, e clima mais seco no mediterrâneo, sul da áfrica e partes do sul da Asia
- Mudanças generalizadas nas temperaturas extremas foram observadas nos últimos 50 anos.
- Dias frios, noites frias e geadas se tornaram menos freqüentes, enquanto que dias quentes, noites quentes e ondas de calor se tornaram mais freqüentes.
- Aumento da atividade de ciclones no atlântico norte desde cerca de 1970